Surgirá uma inteligência maior do que a humana?

Existe um cenário no qual nem mesmo o aprendizado contínuo seria suficiente para garantir os postos de trabalho: o da singularidade tecnológica.

por Evandro Ribeiro


23/10/2019 - 11:45 | 24/11/2019 - 12:40

Foto: Thinkstock

A inteligência artificial (IA) disparará a produtividade, tornará o mundo mais eficiente e seguro, aumentará a expectativa de vida e servirá para prever o futuro, prevenir catástrofes e combater a mudança climática. As empresas que desenvolvem esta nova era baseada em algoritmos e big data a apresentam como o Santo Graal e passam na ponta dos pés pelos evidentes perigos que ela também traz. Porque, segundo diferentes estudos e análises, entre 14% e 40% dos postos de trabalho atuais correm o risco de desaparecer devido ao efeito combinado desses sistemas e da robótica.

"O ser humano será forçado a ter uma formação contínua para não ficar obsoleto"

Robin Li CEO e cofundador do Baidu.

Será que o futuro pode superar a ficção?

Principalmente na China, o país que se propôs a liderar o desenvolvimento da inteligência artificial: já é o que mais investe no setor, o que tem mais instituições públicas fazendo pesquisas. Também é o país com menos barreiras éticas e legais. Isso permite que os científicos entrem em terrenos que outros países consideram pantanosos.

Foto: AFP/FRED DUFOUR

“Esta superinteligência vai chegar e talvez nem percebamos que está chegando”, acrescenta Brian Subirana, diretor do Auto-ID Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT) [entrevistado por Jaime Susanna na Cibecom, a Cúpula Ibero-Americana de Comunicação Estratégica].

Cita como exemplos alguns passos que já estão sendo dados nessa direção: “O reconhecimento de imagem nos últimos sete anos superou o do ser humano. Por isso, nos controles de imigração as câmeras podem reconhecer os rostos melhor do que os agentes. É uma tecnologia utilizada também na medicina. No caso dos tumores de retina, descobriu-se que o computador sabe distinguir se uma retina é de homem ou de mulher, algo que nenhum médico sabe fazer. Esse seria um exemplo de superinteligência no qual o computador vê coisas que escapam ao olho humano”.

Cientistas do nível de Stephen Hawking e empresários como Elon Musk alertaram que um modelo equivocado poderia representar a maior ameaça para a humanidade. Embora Hawking tenha reconhecido que a IA mais rudimentar, a que existe na atualidade, é muito prática, ele assinalou que desenvolvê-la mais do que isso poderia levar à singularidade tecnológica. “Ela poderia acabar redesenhando a si mesma. Os humanos, incapazes de se desenvolver biologicamente na mesma velocidade, seriam substituídos.” No entanto, todos os entrevistados para esta reportagem acreditam que não se chegará a esse ponto. Dorronsoro diz até mesmo, entre risos, que essa possibilidade lhe importa tanto quanto a superpopulação de Marte: “Pode acontecer? Pode, mas não é uma preocupação imediata”.

A expectativa dessa tecnologia é ser utilizada para prever o futuro, como catástrofes e combater a mudança climática. Apesar da IA ser um benefício para a humidade, céticos acreditam ser algo prejudicial para os seres humanos, por causa de estudos e análises que demonstram que entre 14% a 40% dos postos de trabalhos atuais correm o risco de desaparecer devido ao efeito combinado desses sistemas e da robótica. Devido a esse medo, céticos dizem que a IA não poderá superar a inteligência humana, por não a ver ética e emoção.

Devido ao crescimento da IA nos últimos tempos isso, acabou gerando uma guerra comercial entre China e EUA (Estados Unidos), mas devido a China não ter tantas leis e ética, ela acabou se tornado o pais que mais desenvolve essa tecnologia com 57% do total, em comparação com 13% dos EUA. Não são apenas países que competem esse desenvolvimento, empresas grandes como, Apple com sua Siri, Google com seu “Ok, Google” e, até mesmo, a Microsoft com a sua Cortana todos são sistemas de IA para auxiliar os usuários de sua plataforma.

Este artigo foi baseado no artigo de ZIGOR ALDAMA, publicado por El País, 12-05-2013.