“Abrolhos tem refifes ameçados pela lama de Mariana.”

Ocorrido em novembro de 2015 em Mariana-MG, liberou grande quantidade de rejeitos temido aconteceu, a mancha chegou ao Arquipélago de Abrolhos, a 250 km da foz do rio Doce.

por Richael F. Nunes


04/12/2019 - 10:30

Foto: NAVEGASÃOPAULO

O Arquipélago de Abrolhos é a área de maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul. A região reúne recifes de corais, algas, tartarugas e baleias jubarte.

Em novembro/15, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, havia dito que a lama com rejeitos não deveria chegar ao parque por conta das correntes marítimas, mas infelizmente chegou!

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arquipélago de Abrolhos
A biodiversidade na lama...

"Não sabemos a magnitude do impacto, já que não temos certeza sobre o que chegará. Se o padrão de impacto nas cabeceiras se mantiver, será um arraso na fauna e na flora".

prevê João Carlos Thomé, coordenador nacional do Tamar/ICMBio.
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Com o rompimento de barragens da Samarco em Mariana-MG, o temor de ambientalistas era que rejeitos de minério, ao chegarem à região, arrasem um dos mais importantes ecossistemas do Brasil: os recifes de corais de Abrolhos. Essa é uma das regiões com maior biodiversidade marinha do Brasil. É o começo do altíssimas. Acostumados com ações de proteção a golfinhos e tartarugas ameaçadas que vivem e se reproduzem apenas ali. Atualmente dedicam os esforços para reduzir possíveis impactos dos rejeitos nas mais de 500 espécies na área, entrada para o banco de Abrolhos. Os recifes de corais considerados “amazônias oceânicas” estão bem mais próximos que o arquipélago, a 221 quilômetros do estuário.

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Próximo à foz do Rio Doce, convivem jubartes, dourados, meros, raias mantas. É ali o limite Norte no Brasil das toninhas, golfinho mais ameaçado do país. A região considerada pelo governo federal área prioritária de conservação também é ponto estratégico para sobrevivência de botos-cinza.

O local é ainda o único ponto no Atlântico Sul ocidental com concentração de desovas de tartaruga-de-couro, espécie mais ameaçada de extinção no Brasil; e 2º maior ponto de concentração de desova de tartaruga cabeçuda, assistidas por uma importante unidade do Tamar em Regência.

O futuro comprometido
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A maior preocupação é com a possível contaminação da foz com metais pesados e a mortalidade de animais aquáticos por onde a lama passa. A quantidade de partículas em suspensão está asfixiando os bichos diz Antônio Serra de Almeida, gestor da Reserva Biológica de Comboios, a apenas um quilômetro da foz.

"Qualquer coisa que sair dali (da foz) pode atingir os recifes de corais de Abrolhos. Se a lama chegar a eles e impedi-los de respirar, serão milhares de anos de recuperação".

diz o professor da Universidade Federal do Espírito Santo Agnaldo Martins